Professores protestam em Brasília |
Nota dos dirigentes das Ifes do Rio de Janeiro sobre a greve dos servidores
Os dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior do Rio de
Janeiro (Cefet-RJ, IFF, IFRJ, UFF, UFRJ, UFRRJ e UNIRIO), preocupados
com a atual situação de impasse nas negociações entre os seus servidores
docentes e técnico-administrativos e os ministérios da Educação e do
Planejamento, Orçamento e Gestão, reafirmam sua convicção na
legitimidade das suas reivindicações e insistem na necessidade urgente
de reabertura dos canais ativos de negociações. A crise estabelecida não
interessa a ninguém, frustra expectativas de milhares de jovens que
anseiam por uma formação qualificada e cidadã, e coloca em grave risco
todo o esforço do desenvolvimento institucional que vem sendo construído
por estas instituições.
As políticas governamentais instituídas, principalmente a partir do
Programa de Reestruturação e Expansão das Ifes (Reuni), permitiram um
aumento de oferta de vagas sem precedente na história da educação
superior brasileira, sustentado por consistente política de contratação
de docentes e técnico-administrativos e de expansão e recuperação da
infraestrutura física, que acumulava um longo processo de sucateamento.
A consolidação e estabilidade deste ciclo virtuoso dependem também de
carreiras estruturadas e quadros de remuneração compatíveis com a
responsabilidade dos nossos servidores docentes e
técnico-administrativos. A situação atual tem imposto perdas de
importantes quadros docentes e técnicos, em função da impossibilidade de
se poder competir com outros setores públicos e não públicos em termos
de oferta salarial.
A atuação da Andifes e do Conif, neste momento, deve reafirmar mais uma
vez seu papel de lideranças propositivas e reconhecida capacidade de
mediação. Todos os esforços necessários à sensibilização dos ministérios
envolvidos não devem ser poupados na busca da imediata reabertura de
negociações com os sindicatos majoritários na representação dos
interesses dos docentes e dos técnico-administrativos e na efetiva
superação do presente impasse e breve retorno à normalidade
institucional.
As instituições federais de ensino superior do Rio de Janeiro sempre
estarão à disposição da Andifes, do Conif e mesmo dos ministérios da
Educação e do Planejamento, Orçamento e Gestão para contribuir para a
manutenção do diálogo constante, franco e produtivo com nossos
servidores e empenhadas em encontrar soluções que não comprometam a
estabilidade econômico-financeira do país, no atual cenário de crise
internacional, mas que lhes garantam condições adequadas de trabalho e
de qualidade de vida.
Como ensinou Paulo Freire, o diálogo deve ser o fundamento para
entendimento. Para a educação ser o sonho possível de um país que se
quer grande e desenvolvido, docentes e técnico-administrativos em
educação merecem o nosso maior respeito e políticas públicas condizentes
com o papel estratégico que exercem.
Em 14 de agosto de 2012.